Algumas usinas hidrelétricas do país correm o risco de serem desligadas por causa da seca. É o caso de Ilha Solteira, a maior de São Paulo e a terceira maior do país, que tem apenas 1,45% de volume de água.
A usina Três Irmãos, na bacia do Rio Tietê, segue o mesmo caminho e registra pouco mais de 5% de água. As duas fazem parte do principal conjunto de hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que concentram 70% de toda a água armazenada do país. A operação de hidrelétricas com nível de armazenamento em torno de 10% é tecnicamente viável, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No entanto, com valores abaixo desse número, é preciso ficar em alerta, já que máquinas e turbinas correm risco de quebrar.
A situação nas usinas decorre da crise hídrica. O nível dos reservatórios no estado de São Paulo já é menor do que o registrado em 2013. O ano em questão antecedeu a maior crise hídrica do estado. O volume do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de sete milhões de pessoas por dia, está em 34,4%. Há oito anos, ele alcançava 44%.
Para evitar um apagão no Brasil, sem sobrecarregar as hidrelétricas que vivenciam essa escassez de água por falta de chuvas, o Governo Federal tem utilizado como alternativa a energia produzida pelas termelétricas. A substituição já mostra reflexos: em julho, o país registrou recorde na geração de energia por essas usinas. A energia gerada pelas termelétricas é mais cara, o que encarece, consequentemente, as contas de luz. Nessas usinas, a energia é gerada a partir da queima de combustíveis, como óleo e gás natural, o que impacta severamente no meio ambiente.
Em julho deste ano, as termelétricas foram responsáveis pela geração de 18.625 MWmed. O valor representa a maior quantidade da história, superando o recorde registrado em outubro de 2017, quando as termelétricas geraram 17.711 MWmed.
Essa crise hídrica, por previsões conservadoras de especialistas, vai se estender por mais alguns anos e é certo que teremos racionamento de energia em 2021 e seguintes. Todo esse cenário, naturalmente acelera a transição energética para as fontes renováveis de energia e traz aumentos nas ofertas de incentivos para a expansão do parque gerador eólico e solar. Agora é definitivamente o melhor momento para se investir em energia renovável e limpa.
Fontes: www.cnnbrasil.com.br, www.poder360.com.br