Em 2021, as instalações solares devem crescer acima de 30% no mundo, conforme previsto por estudos da consultoria internacional IHS Markit, depois dos reflexos causados pela pandemia da Covid-19, os quais motivaram a instabilidade da demanda no ano passado. Segundo as pesquisas, apesar dos dados do mercado global continuarem a necessitar cada vez menos da China, o país ainda será responsável por 35% da nova capacidade instalada no ano.
Hoje em dia, há 18 mercados no mundo que registram mais de 1 gigawatt (GW) de capacidade instalada acumulada. Já há 10 anos, somente seis países haviam ultrapassado esse valor.
A IHS Markit ressalta que essa maior demanda de mercado ocorre mesmo com a elevação dos custos de produção, que foi entre 10% e 15%, causando um aumento histórico nos preços dos módulos fotovoltaicos, sobretudo, no primeiro trimestre. Entretanto, no segundo semestre, os custos devem sofrer uma queda, levando à diminuição dos preços dos módulos e arquitetando, ao final de 2021, a trajetória rumo ao número recorde de instalações.
“Veremos pela primeira vez uma situação em que a demanda global cresce acima de 30%, apesar da alta de preços dos módulos no primeiro semestre, algo sem precedentes na indústria solar”, relata Edurne Zoco, diretora-executiva de tecnologia de energia limpa na IHS Markit.
A consultoria também prevê a manutenção do rápido avanço das inovações em tecnologia solar, mesmo com a queda dos custos de sistemas fotovoltaicos. Índia, Oriente Médio e Espanha continuarão formando os mercados que possuem os menores LCOE (custos de paridade de energia).
Além disso, a empresa conta com a expectativa de que o capex de projetos continuará diminuindo em 2021 devido à redução dos preços de componentes, provocando uma queda de 5% em comparação com o ano anterior, ao passo que os recordes de eficiência média de módulos prosseguem com um crescimento. Esse aumento ultrapassou 22,5% em células PERC monocristalinas comercialmente desenvolvidas, com previsão de atingir 24% em 2022.
De acordo com a IHS Markit, as tecnologias a base de perovskita, as quais possuem alta capacidade de elevar o desempenho das células fotovoltaicas e diminuir seus custos, estão na direção de alcançar novos recordes. No entanto, as condições para a produção comercial desse tipo de tecnologia só deverão se manifestar nos próximos cinco anos.